quinta-feira, 21 de outubro de 2010

The problem of the Portuguese investors

A few weeks ago at a dinner with some friends and acquaintances one of them told us that he was moving to Angola, to work on a new investment project of a Portuguese company on the construction sector.

We started talking about the viability of the investments in Angola versus others countries about the protectionist policies of the Angolan Government against the foreign investments and companies obligating them to have a national partner with practically half of the investment propriety, the higher level of financial and propriety and human risks, the low level of the labour skills and several others questions. After it was mentioned that the Portuguese investors have other markets to explore where they have a vantage for being from an EU member and where a few Portuguese groups had already invested and proved its high investments viablility on the medium and long term analysis with a lot less risks and instability face the politicians moods. So why keep investing in Angola?

There is also the question from which we can not alienate ourselves being that the fact that the Angolan Government is one of the most corrupt government of the planet and José Eduardo dos Santos is presently one of the biggest murderesses of the planet that he and his family have been steeling the Angola wealth from decades, being one of the largest fortunes of the world made with Angolan people blood.

The answer of that person to all these facts was simply that “but on that countries because they have a higher educated labour force, they will quickly learn the company knowhow and then they will take us out of the market by competing with us” and this sentence says everything about the mentality of the majority of the Portuguese investors. They don’t want to compete with the best, they don’t want to work to become the best on the market, they just want to make money under the State protection (domestic or foreigner) and without being obligated to invest the necessary to become the best and to have the finest employers.

However our own recognition and justice to a few Portuguese companies because they work to be the greatest and go to markets where they are forced to compete with the best and where is required to stand up among them.

All investors prefer to invest on a country where the labour are educated so they can use it in more specialized works and not having to support all the training cost, all investors except the Portuguese investors off course.

The competition is what compels the companies to be more efficient and the market capable to provide the customers with the best service or products at the best price.

O problema dos investidores portugueses

Há algumas semanas atrás, num jantar com amigos e conhecidos, um deles contou que ia mudar-se para Angola para trabalhar num novo projecto de investimento por uma empresa portuguesa do sector da construção.

Começamos a conversar sobre a viabilidade dos investimentos em Angola versus outros países, acerca das políticas proteccionistas do Governo Angolano face ao investimento de empresas estrangeiras, obrigando a que estas entreguem sociedade no valor de praticamente metade do investimento a nacionais (amigos do regime obviamente), sobre os riscos financeiros, patrimoniais e humanos, o baixo nível habilitacional da mão-de-obra local além de falar de outras questões inerentes. Depois foi referido que os investidores portugueses têm outros mercados a explorar, onde os portugueses têm a vantagem de serem oriundos de um Estado Membro da EU e onde já alguns grupos portugueses investiram e provaram a sua alta viabilidade numa análise de médio e longo prazo, com um muito mais baixo risco de alteração dos humores dos políticos. Então por que continuar a investir em Angola?

Existe ainda a questão da qual não nos podemos alienar que é o facto do Governo Angolano ser um dos mais corruptos do planeta e José Eduardo dos Santos ser actualmente um dos maiores assassinos do planeta e que ele e a sua família têm vindo a roubar a riqueza de Angola por décadas, sendo uma das maiores fortunas do mundo feita com o sangue dos Angolanos.

A resposta da pessoa em questão a tudo isto foi simplesmente que “porque nesses países, como têm uma mão-de-obra com um elevado nível habilitacional, depois de rapidamente aprenderem o “knowhow” da empresa, simplesmente tornam-se nossos concorrentes e expulsam-nos do mercado” e esta frase diz tudo sobre a mentalidade da maioria dos investidores portugueses. Eles não querem competir com os melhores, eles não querem trabalhar para se tornarem os melhores no mercado, eles apenas querem fazer dinheiro sobre a protecção do Estado (nacional ou estrangeiro) e sem serem obrigados a investir o necessário para se tornarem os melhores e terem os melhores funcionários.

Justiça deve ser feita a algumas empresas portuguesas que trabalham para serem as melhores e investem em mercados onde são forçadas a competir com os melhores, onde é necessário destacar de entre os melhores e por tal merecem reconhecimento e sucesso.

Todos os investidores desejam investir em países onde a mão-de-obra é de elevado nível habilitacional para que os possam usar em trabalhos especializados sem terem que suportar grandes custos em formação, todos excepto os investidores portugueses claro.

A concorrência é o que obriga as empresas a serem mais eficientes e os mercados capazes de fornecer aos consumidores os melhores serviços e produtos ao melhor preço.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Is the VAT increase the best option?

These last days we have watched the two main Portuguese parties brandishing arguments about the announced tax increase on the 2011 State Budget. The party of the Government (Socialist Party – PS) defend the Government intentions to increase the VAT and the principal opposition party, the other party of the governance rotation (Social Democratic Party – PSD) manifests their opposition to any tax increase.
We cannot make believe that it is available any other choice except rising the taxes because it is not. We have no option to the tax rise and so the PSD is incurring on a serious mistake trying to impose against it as a condition to the Budget approval. However the Government position is not the right one too.

The VAT rising is a much more pleasant action for the Government because people are more sensitive to Personal Income Tax raises that to the VAT rise. For the Government another vantage of choosing the VAT is because it has more immediate effects but exactly because of that it should be saved as a last resort option. In reality the VAT is a more social unjust tax and economically inefficient one too so the VAT rise should be used only in temporary emergency cases.

Let's explain it using a practical example; a family with a mensal income of 1.000 Euros have no capability of saving anything at the end of the month so the family disposable incoming (incoming after already paid the Personal Incoming Tax) will be completely rated by the VAT and we cannot say that the 23% VAT is only applied to luxury products because there are lots of products that have a 23% Vat and are not luxuries.
In the case of a family with a mensal income of 3.000 Euros they will have some capability to make some savings at the end of the moth and because of that the VAT increase will not affect the totality of the family income.
Therefore a family with an income of 1.000 Euros will have a proportionally higher increase of their taxes than a family with an income of 3.000 Euros.
Then is easy to understand that a rise on the Personal Income Tax is much more fair that a VAT raise because we can adjust the tax rise to the different income levels.

We also have to considerate the fiscal geographic injustice. The taxpayers who live along the border with Spain have the option to choose between making their consumes in Portugal or go making them in Spain at lowers VAT rates. This way the Government is promoting a fiscal injustice, losing a significant amount of tax recipes from those regions and is stimulating the citizens mobility to the border regions.

Other question is the negative effect on the exportations caused by the loss of competition of Portuguese companies on the external markets in consequence of the VAT increase and thereby increasing the gap between Portugal and its competitors.
Subsequently with the drop of Portuguese competitiveness and the decrease of families consume because of the cutback of the disposable income, the economical activity will decline and with it the reduction of the public tax recipe what will conduce to the deficit aggravation.

After all those points it’s clear that is more efficient to the economy and to the public finances the rise of the Personal Income Tax, the increase of taxes that fall upon the consume of houses and cars above a certain value, the luxurious products are more insensitive to the price increase as it proves the last years data, the rise of the property, the tobacco and alcohol taxes and also the end or reduction of several fiscal deductions.

Será o aumento do IVA a melhor opção?

Estes últimos dias temos assistido aos dois principais partidos esgrimirem argumentos sobre o anunciado aumento do IVA para o Orçamento de Estado de 2011. O PS defende a intenção do Governo em aumentar o IVA e o PSD manifesta a sua oposição a qualquer aumento de impostos.
Não podemos fazer de conta que existe qualquer outra opção ao aumento de impostos porque não há. Não temos escolha a não ser aumentar os impostos e por esse motivo o PSD está a incorrer num grave erro ao impor, como condição à aprovação do Orçamento, o não aumento de impostos.
Contudo a posição do Governo também não é a correcta.
O aumento do IVA é uma medida muito mais agradável ao Governo porque as pessoas são menos sensíveis ao aumento do IVA do que o são ao aumento do IRS. Para o Governo outra vantagem do aumento do IVA é a rapidez com que são visíveis os seus efeitos no imediato, mas por isso mesmo o aumento do IVA deve ser reservado para ser usado apenas em última instância e por um tempo limitado.

Expliquemos usando um exemplo prático: uma família com um rendimento mensal de 1.000 euros não tem qualquer capacidade poupança ao fim do mês, pelo que a totalidade do seu rendimento familiar disponível será taxada pelo IVA e não podemos dizer que o aumento do IVA para os 23% apenas é aplicado nos bens de luxo, pois existem muitos bens à taxa máxima do IVA que não são bens de luxo.
Já no caso de uma família com o rendimento mensal de 3.000 euros existe capacidade de realizar alguma poupança ao fim do mês, pelo que, ao não gastar a totalidade do seu rendimento familiar disponível, este não será totalmente taxado pelo IVA.
Assim sendo, proporcionalmente, uma família com o rendimento de 1.000 euros terá um maior aumento da carga fiscal que uma família com um rendimento de 3.000 euros. Deste modo é fácil de perceber que um aumento do IRS é muito mais justo que o aumento do IVA, uma vez que é possível ajustar o aumento da taxa de IRS aos diferentes níveis de rendimento.

Temos igualmente de considerar a injustiça fiscal devido à localização geográfica. Os contribuintes que vivem ao longo da fronteira têm à sua disposição a opção entre o fazer os seus consumos em Portugal ou o fazerem em Espanha a taxas de IVA mais baixas. Deste modo o Governo, além de promover a injustiça fiscal, está a promover a mobilidade dos cidadãos para as zonas fronteiriças.

Outra questão a considerar é o impacto negativo que o aumento do IVA tem nas exportações devido à perda de competitividade das empresas portuguesas nos mercados externos e, por arrastamento, o aumento do fosso entre Portugal e os seus concorrentes.
Consequentemente, com a perda de competitividade das empresas portuguesas e com a redução do consumo das famílias devido à perda de poder de compra, a actividade económica irá esfriar e desse modo verificar-se-á a redução das receitas fiscais cobradas o que conduzirá ao agravar do défice público.

Após a exposição de todos estes pontos é clara a maior eficiência para a economia e para as finanças públicas do aumento do IRS, dos impostos sobre a aquisição de casas e carros acima de um dado valor, estando comprovado pelos dados recentes que o consumo dos artigos de luxo é bem mais insensível ao aumento de preço, do aumento dos impostos sobre a propriedade, o tabaco e o álcool além do fim ou a redução de várias deduções.

sábado, 9 de outubro de 2010

“Why politicians can’t make good policy”

Yesterday was published on The Economist site the next topic “Why politicians can't make good policy: It's not because they're not smart people“followed by the respective text. The answer is quite simple and true for all countries.

The majority, we can even say almost all the politicians with merely rare exceptions that create the historical leaders, are incapable of making good policy because what moves them is not the country best interest but their own ambitions and interest, so they have to feed all the lobbies who support them in their political ambitions.

It is also true that they aren’t dumb persons but it is also right that in most of the cases they aren’t as smart as they try to sell themselves to the constituents. We can even say that rarely they are the best, the smarter and much less the most honest that our countries have to offer.

If they are honest they will never get approved by the party, because the party needs to pay and sustain all that people who have the controls of it and that means that the politician once in the power have to get jobs and placements to all the party big sharks and that have a simple name… corruption. Consequently the smartest of our countries prefers to work on the private sector because they can honestly earn a lot more that they can legitimately earn on the public sector, the big fortunes made on the public sector are by being corrupt not by being honest.

The only way we can change this reality is by making the anti-corruption combat a cultural question, a question of national mentality and to change the way how parties work. It is here where lies the difference between the politicians from country to country. On the countries where constituents have a higher sense of civility, honesty and elector power over the politicians, where the constituents do not reduce their participations on public life to the moment and the act of voting, where the constituents keep a more closer attention to the politicians actions and decisions is where the politicians make more good policy because is the only way to the re-election.

“Porque é que os políticos não conseguem fazer boas políticas”

Ontem foi publicado no site do The Economist o seguinte título “Why politicians can't make good policy: It's not because they're not smart people” (tradução: “Porque é que os políticos não conseguem fazer boas políticas: Não é porque não sejam pessoas inteligentes”) seguido do respectivo texto. A resposta é bastante simples e verdadeira para todos os países.

A maioria, podemos até mesmo dizer que praticamente todos os políticos, com as raras excepções que constituem os lideres que ficam para a história, são incapazes de realizarem boas políticas porque o que motiva um político não é o melhor interesse do país mas sim a sua própria ambição e interesse, por essa razão ele tem que alimentar todos os grupos que o suportam nessa sua ambição política.

É igualmente verdade que eles não são pessoas burras, mas é também verdade que em praticamente todos os casos eles não são tão inteligentes quanto o que tentam vender aos eleitores. Podemos mesmo dizer que muito raramente eles são o que os nossos países têm de melhor, de mais inteligente e, muito menos, o de mais honesto para oferecer.

Se eles forem honestos nunca serão aprovados pelo partido, já que o partido necessita de pagar e sustentar todas as pessoas que o controlam e isso significa que o político, uma vez no poder, tem que conseguir empregos e colocações para todos os tubarões do partido e isso tem um simples nome… corrupção. Consequentemente os mais inteligentes dos nossos países preferem trabalhar no sector privado, já que assim podem legitimamente ganhar muito mais do que ganhariam no sector público. As grandes fortunas feitas no sector público, são feitas sendo corrupto não são feitas sendo honesto.

A única forma de podermos mudar esta realidade é fazendo do combate à corrupção uma questão cultural, uma questão de mentalidade nacional e mudando a forma como os partidos funcionam. É aqui onde reside a diferença entre os políticos de país para país. Nos países onde os eleitores possuem um elevado sentido cívico, honestidade e noção do poder de eleitor sobre os políticos, onde os eleitores não reduzem a sua participação na vida pública e política ao momento e ao acto de votar, onde os eleitores mantêm um escrutínio bem mais atento sobre as acções e decisões dos políticos é onde os políticos tendem a realizar melhores políticas pois sabem que é o único caminho para a reeleição.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

The black economy effect in an economic crisis

A few days ago I was in the esplanade of a cultural club, a kind of local “cheers”, talking with some persons about the “Legalized prostitution Yes or No1 and the related question of the consequence incomes for State budget with the taxation of the prostitution activity and the subsequent receipt obligation for the services paid, when a person near us started criticising the existence and growth of the black economy, that if he pays all his legally obligates why should others get unpunished by avoiding their fiscal obligations?

He is right; the black economy is a fraud on the national wealth and must be fight by the State and by all of us. However in moments of higher unemployment rate and specially when this unemployment is characterised for being a long-term unemployment the black economy acts as a “lifeboat” to those persons who black economy is the only option to earn some money. This reality is even more true when the country lives a serious economic crisis and even more when the State has a public financial crisis and has no capability to sustain social policies that allows the unemployed to subsist until they find a job.

But it's not just the social questions that should be considerated there is the economical ones too. In moments of economical crisis the private consume is a critical factor because in a global economical crisis exportations generally aren’t an available market with dimension to sustain the economical activity needed to stimulate the necessary economic growth. Therefore the reduction of the private consume will lead to the increase of the crisis because companies will experience a decrease of their operational cash flow and that will cause more unemployment and an escalate of the economical crisis. The black economy in such moments is good for the economy if controlled just to the necessary level for maintain the consume capability of the unemployed. It is like the oil on the engine, without it the engine will block. Without some black economy on these moments the economical activity will decline even more and the social agitation on the streets would be a reality with all the political and economical effects that are known on those periods.

1See: http://portugal-mordaz.blogspot.com/2010/09/legalized-prostitution-yes-or-no.html

O efeito da economia paralela numa crise económica

Há alguns dias atrás, estava na esplanada de uma das antigas Recreativas culturais que eram populares durante os anos do Estado Novo, conversando com algumas pessoas sobre a “Legalização da prostituição sim ou não1 e a consequente questão do aumento de recitas do Orçamento de Estado resultante da taxação fiscal do sector da prostituição, com a subsequente obrigação da emissão do recibo pelos serviços pagos, quando uma pessoa perto de nós começou a criticar a existência e o crescimento da economia paralela, que se ele cumpre todas as suas obrigações legais, qual o motivo pelo qual os que não cumprem as suas obrigações fiscais ficam impunes?

Ele tem razão, a economia paralela constitui uma evasão da riqueza nacional e deve ser combatida pelo Estado e por todos nós. Contudo, em momentos em que se registam altas taxas de desemprego, especialmente quando esse desemprego se caracteriza por ser um desemprego de longa-duração, a economia paralela funciona como um “barco salva-vidas” para todas aquelas pessoas que não têm outra alternativa de subsistência. Esta realidade é tanto mais verdadeira quanto maior for a gravidade da crise económica que o país enfrenta e ainda mais verdadeira quando o próprio Estado vive uma crise nas finanças públicas, não possuindo capacidade de manter as politicas sociais que poderiam permitir aos desempregados subsistir até encontrar emprego.

Mas não é apenas a questão social que tem que ser considerada, existe também a questão económica. Em momentos de crise económica, o consumo privado é uma variável crucial, uma vez que, perante uma crise económica global, as exportações não constituem um mercado disponível, em dimensão suficiente, para estimular e sustentar a actividade económica necessária para permitir um crescimento económico. Assim sendo, a redução do consumo privado conduzirá inevitavelmente a uma escalada da crise económica, já que as empresas não irão conseguir realizar vendas suficientes para manter a sua actividade, o que irá causar mais desemprego e consequentemente um agravar da crise económica. É nesses momentos que a economia paralela se torna benéfica para a economia, desde que restrita aos níveis necessários para a sustentabilidade do consumo privado dos desempregados. É como o óleo no motor, sem ele o motor irá bloquear. Sem alguma economia paralela nos momentos de crise económica, a actividade económica presenciará um declínio ainda maior que o já induzido pela crise e a agitação social resultante sairá às ruas com todos os efeitos políticos e económicos desses tempos agitados.


1 Ver: http://portugal-mordaz.blogspot.com/2010/09/legalizacao-da-prostituicao-sim-ou-nao.html

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Centenário de uma República à portuguesa

Faz hoje dia 5 de Outubro de 2010, 100 anos que em Portugal foi declarada a República, conhecida por 1ª República. Como defensor acérrimo da democracia e dos estados democráticos, como disse Winston Churchill a 11 de Novembro de 1947 em Hansard “(…) democracy is the worst form of government except all those other forms that have been tried from time to time” (“democracia é a pior forma de governo excluindo todas as outras formas de governo que têm sido experimentadas de tempos a tempos”), não posso deixar de festejar a queda da monarquia, um regime baseado não na decisão dos cidadãos e sim na legitimidade hereditária por muito acéfalo que seja o sucessor, embora seja impossível de negar que algumas dos aspectos mais corrosivos da monarquia continuam a exercer a sua vigência no estado democrático português, bem como a persistência, na actual democracia portuguesa, da podridão que condenou a 1ª República. Penso que bastante representativo dessa podridão é a recente frase de Almeida Santos no dia 29 de Setembro “o povo tem que sofrer as crises como o governo as sofre”.

Uma pessoa que entre 1977 e 1985 exerceu várias pastas como ministro (ministro-adjunto do PM, ministro de estado e ministro dos assuntos parlamentares), depois exerce como deputado de 1985 a 1995 (só por isso já tem a reforma integral de deputado), entre 1995 e 2002 exerce como Presidente da Assembleia da República, estando em exercício como Presidente do PS desde 1995. Ora alguém com este CV de cargos e carguinhos podemos apenas supor o valor mensal de reformas que acumula, mas uma coisa é certa, menos de 3.500 euros/mês não é de certeza. Além de considerar que a sua descendência não deve estar mal amparada de “empregos”, pelo que se verifica com uma das suas filhas que a “amiga” da família, a Sr.ª Soares, enquanto primeira-dama fez o favor ao país de a colocar na Casa Civil da Presidência da República, ainda antes de esta ter concluído a licenciatura e sem qualquer procedimento concursal. Ser amiga com o dinheiro dos outros é fácil.

Com este quadro, penso que é desnecessária qualquer consideração sobre o que responder a esta pessoa.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

The black hole that is the Portuguese public finances

The Portuguese Prime-Minister came to the television last Wednesday (9/29) announcing the new government plan to diminish the national deficit as promise to the EU. The principal measures of this new plan are the raise in 2% of the higher VAT rate, to 23%, and the wage reduction of the public employers in 5% implemented progressively for wages above €1.500,00. The PM also spoke about the intension of reducing the State expenses but without describing or quantifying this intensions and that is the problem. This plan is necessary, about that are no doubts, but it should be implemented last year and not only now with all the costs that this delay implies and the this postponement was only because of the selfishness and personal interest of the PM to win the last year elections and attempted to not have associated to his name this measures, with the unpopularity this plan implies.

But as initially mentioned the problem are the State expenses, because the increase of the VAT produce an immediately enlargement of the incomings in State budget but after the initial impact can reduce the tax incoming via the consume reduction and the reduction of the public employers salaries will reduce the expenses with human resources that represents more than 60% of the annual State costs, but that will not change the structural problem that sustains the public deficit because the dimension of the State employers will not be reduce so it is like if the Government did depreciated the national currency, reducing this way the value of this costs and reducing the consume of the families by the inflation of the prices, on this case by the reduction of the families purchasing power, and will not create a sustainable control of the public deficit because naturally the Portuguese will after a small period reclaim the increase of their incomes and the lower of the taxes.

The solution must pass through the extermination of the multiplication of public services in numerous public companies that only serves the propose of creating jobs for the statesman friends and families accumulating operative losses year after year; firing the public employers that committed corruptions of any degree and those who get it the job by corrupted means; creating a justice system efficient and fast on the application; creating an independent unit to control all the public contracts (before the assignment and also for supervise the respect of the values) avoiding this way be usual sideslip of the public constructions; developing a real and efficient legislation against the corruption; ending the accumulation of retirements and the situation of elected statesman have right to received immediately a retirement without having the legal age for it; institutionalizing a moralization conduct on the national politicians class and changing the election system so it would be possible to responsabilize directly any parliamentarian or any statesman something that is not possible actually because persons are voting to elect the candidate for the PM when legally they are voting to electing the parliamentarian who will represents them in the Parliament and is the Parliament who indicates the PM.

Without these measures it is impossible to create and sustain any reduction of the deficit to levels that allow us to reduce our public debt and be able to be fiscally competitive and stimulate the economical activity to rates that support the decrease of the unemployment and the growth of the national wealth.

But for now this plan have succeeded on its goal that it was to calm the financial market and instil on the agents the confidence that Portuguese State will be capable of honour its commitments. The yield of the Portuguese Treasury Bonds is dropping since the announcement of this plan, what proves that was not a speculated attack but the natural distrust of the market.

O buraco negro que são as finanças públicas Portuguesas

O Primeiro-Ministro Português veio na passada quarta-feira (29/09/2010) à televisão anunciar o novo pacote de medidas de controlo do défice nacional, como prometido à UE. As principais medidas deste plano são o aumento do IVA em 2%, para 23%, e um corte salarial aos funcionários públicos, com aplicação progressiva até aos 5% iniciando nos vencimentos acima dos 1.500 euros. O PM falou igualmente da intenção de reduzir as despesas do estado mas não descreveu ou quantificou os cortes a fazer e este é o problema. A implementação deste plano é necessária sem qualquer dúvida, contudo deveria ter sido implementada o ano passado e não apenas agora com o custo que esta demora vai implicar. A razão do atraso destas medidas foi o egoísmo e o interesse pessoal do PM em garantir a reeleição nas eleições do ano passado e o não querer ser associado ao custo e a consequente impopularidade consequente destas medidas.

Mas como referido inicialmente, o problema são os gastos públicos porque o aumento do IVA apenas produz um efeito imediato no aumento das receitas do Estado, podendo posteriormente levar a uma redução por via da contracção do consumo, e o corte salarial nos funcionários públicos reduzirá as despesas em pessoal no próximo ano, sendo que o gasto com pessoal representa mais de 60% dos gastos anuais do Estado, mas isso não muda o problema estrutural do défice do Estado já que o número de funcionários públicos não sofre qualquer redução significativa de imediato. Assim estas medidas são o equivalente a uma depreciação da moeda, reduzindo deste modo o valor dos gastos com os funcionários e o aumento da inflação que leva a uma redução do consumo das famílias, neste caso não pelo aumento do preço das importações e sim pela redução do poder de compra das famílias. Contudo isto não produz um controlo sustentado do défice público, já que naturalmente os portugueses com o tempo vão reivindicar o aumento salarial e a baixa dos impostos.

Por isso a solução tem que passar por extinguir a multiplicação de serviços públicos com a criação de inúmeras empresas públicas que servem apenas para criar emprego para os amigos e familiares dos políticos e que acumulam prejuízos ano após ano; despedir os funcionários públicos que cometam qualquer tipo de corrupção e todos aqueles que entraram na carreira por via da corrupção; criar um sistema de justiça eficiente e de aplicação rápida; constituir uma equipa independente de controlo dos contratos públicos (na fase de lançamento dos concursos e depois na fiscalização do seu cumprimento), de modo a evitar as habituais derrapagens nas obras públicas; desenvolver uma legislação para um real e eficiente combate à corrupção; acabar com o acumular de reformas e a situação de os eleitos para cargos públicos terem direito a reforma após alguns mandatos e antes de atingirem a idade da reforma; institucionalizar uma conduta moralizadora na classe política nacional e mudar o sistema eleitoral de modo a ser possível responsabilizar os deputados, em lugar do actual sistema em que as pessoas votam com o objectivo de elegerem o candidato que desejam para Primeiro-Ministro, quando em realidade estão é a eleger o seu deputado, sendo posteriormente o Parlamento que indica o Primeiro-Ministro.

Sem estas medidas é impossível reduzir de forma sustentada o défice para níveis que nos permita reduzir a nossa dívida pública e assim sermos capazes de nos tornarmos fiscalmente competitivos, estimular a actividade económica para valores que sustentem a descida da taxa de desemprego e o continuo crescimento da riqueza nacional.

Mas por agora este plano atingiu o seu objectivo, que era o de acalmar o mercado financeiro e incutir neste a confiança de que o Estado Português irá ser capaz de honrar os seus compromissos. Desde este anúncio que a taxa de juro exigida à emissão de dívida pública nacional tem vindo a baixar, o que prova que a dívida nacional não estava sendo alvo de especulação, como se desculpa o Primeiro-ministro, mas sim da natural e justificada desconfiança do mercado.

Portuguese public debt and the financial market

Last Monday (9/27) the yield of the Portuguese Treasury Bonds at 10 years, reached the new record of 6,54%.

Once more the Portuguese Government comes justifying this reality as prove of a speculated attack from the financial market against the Portuguese public finances. The Portuguese Prime-Minister never takes responsibility for nothing bad that happens in Portugal only take credits for the good thinks, so the height yield can not be his guilty and because of that it must be the responsibility of some one else, on this case is the financial agents that are trying to make him look bad.

But let’s look closer to this question. The market aren’t asking to the Portuguese Government to go to them and ask them for billions of Euros every week, that happens because the Portuguese Government are living of credit for more than a decade, and before that was living from the EU structural funds, what means that the Portuguese Government lives on external money since de 1975 Revolution, first from the IMF (in early 80’s), then from the EU (from 1986) and recently from the annual increased of the public debt. In 2008 the actual Government claimed a deficit reduction, but in reality was just some contain measures for that years and wasn’t the structural restructure of the State that will allow to reduce sustainably the public deficit, as the country needs. The proof of that is the actual deficit growing without the public anticrisis activities, but the Prime-Minister try to justify it because of them, what is not true.

So is the actual situation a speculate attack against the national public debt?

The reality is that the financial market agents are loaning money that some other persons saved and applied in banks or funds. It is our money. Knowing this let put the question: would you loan your savings to a person that spends more that he wins and do not shows any intentions of start making changes on his life style or begin cutting on his spendings? Or in case of loaning that money wouldn’t you want a higher yield for the risk you are taking? Because that is what is happening every week when the Portuguese Government goes to the market and ask for billions of Euros and keep announcing the TGV or the new international airport and beyond that keep avoiding the shrink of the State structural costs. The government wants to keep living in the luxury at the cost of others money. The Government are killing the middle class that supports any country economy and because the taxes are not enough to maintain their luxuries style of life they continue increasing the public debt and some one else will pay the price, because they already have their pockets full.

This year the admission of boys (corruption) have increased and the deficit of almost all ministries have inflated, what proves that the reduction of the national deficit will be made only by the reduction of the families income and the increased of taxes and not through the necessary measures to obtain a real and sustain reduction of the deficit. The Government will kill the economic activity before initiate any action against the real problem, the corruption on the State, because the government is sustain on that corruption, without the “Job for the Boys” the Prime-Minister will lose the party support.

Would you loan any money to this Government? I would not.

A Dívida pública portuguesa e o mercado financeiro

Na segunda-feira passada (27/09/2010), o juro pago na emissão de Títulos do Tesouro da dívida pública portuguesa a 10 anos atingiu um novo recorde de 6,54%.

Uma vez mais o Governo Português vem justificar esta realidade como sendo prova do ataque especulativo que o mercado financeiro tem vindo a exercer sobre as finanças públicas portuguesas. O Primeiro-Ministro português nunca assume responsabilidade por nada de negativo que suceda em Portugal, apenas toma a dianteira quando é para colher os louros dos acontecimentos positivos, por isso a alta taxa de juro paga não pode ser da sua culpa e, assim sendo, neste caso é o mercado financeiro que está a tentar fazer com ele fique mal visto, é o mercado financeiro que ataca o seu excelente trabalho.

Mas observemos melhor esta questão. Não é o mercado que vem pedir ao Governo Português para ir se endividar em milhares de milhões de euros todas as semanas, isso acontece porque o Governo Português está a viver do crédito há mais de uma década e antes disso vivia dos fundos estruturais da União Europeia, o que significa que desde o 25 de Abril que o Governo português vive de dinheiro estrangeiro, primeiro foi o FMI (no início dos anos 80), depois foram os fundos comunitários (depois de 1986) e mais recentemente vive do aumento anual da dívida pública.

Em 2008 o actual Governo reclamou uma redução do défice, mas a realidade é que foram apenas medidas particulares que teriam efeitos limitados a esses anos, não tendo sido levada a cabo uma reestruturação do aparelho de Estado que permitiria uma redução sustentada do défice como o país precisa. A prova disso é que o défice continua a crescer apesar de já não estarem a ser aplicadas as medidas anti-crise usadas como desculpa pelo PM, o que é mentira.

Assim sendo, será a actual situação um ataque especulativo contra a divida pública nacional?

A realidade é que os agentes do mercado financeiro estão a emprestar o dinheiro que outras pessoas pouparam e aplicaram em contas bancárias ou em fundos. É o nosso dinheiro (o das pessoas que poupam em vários países). Sabendo isto experimentemos colocar a questão da seguinte forma: emprestaria as suas poupanças a uma pessoa que gasta mais do que ganha e não demonstra qualquer intenção de fazer mudanças no seu estilo de vida ou começar a cortar nos seus gastos? E para emprestar não iria querer ter um juro maior pelo risco que vai correr? Porque é isso que está a suceder todas as semanas quando o Governo Português vai ao mercado pedir milhares de milhões de euros e continua anunciando o TGV ou o novo aeroporto nacional, além de continuar a evitar reduzir os gastos do Estado. O Governo quer manter o seu estilo de vida luxuoso com o dinheiro de outros. O Governo está a matar a classe média, sendo que é esta que suporta a economia dos países e como os impostos não são suficientes para manter o seu estilo de vida luxuoso, continuam aumentando a divida pública e alguém um dia pagará o preço, uma vez que eles já estão com os bolsos cheios.

Este ano a admissão dos boys (corrupção) teve um aumento e o défice de quase todos os ministérios foi inflacionado, o que prova que a redução do défice será feita apenas através da redução do rendimento das famílias e o aumento da carga fiscal e não pelas medidas necessárias para obter uma redução real e sustentada do défice. O Governo matará a actividade económica antes de iniciar qualquer acção contra o problema real, ou seja a corrupção no Estado, porque o Governo está sustentado por essa corrupção, já que sem os “Jobs for the Boys” o PM irá perder o apoio partidário que o suporta.

Emprestaria dinheiro a este Governo? Eu não.