segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O crime original no “face oculta”

Nestas duas últimas semanas muito se tem falado sobre a corrupção na sequência do caso “face oculta”. Contudo o foco principal das notícias já não é a corrupção mas sim as escutas ao Sr. Sócrates e, com toda essa “areia” jogada aos olhos dos portugueses, mais uma vez acaba por se relegar para 10.º plano o que verdadeiramente está em causa.

Antes de tudo está em causa as nomeações para lugares de direcção/administração de entidades e capitais públicos de pessoas sem habilitações e CV para tal, baseadas apenas no compadrio e pagamento de lealdades políticas, como é o caso do Sr. Vara. Em lugar de estudar para ter a competência para desempenhar os lugares que demonstra no seu CV publicado no site do BCP, onde não revela os trabalhos “menores” como caixa da CGD, entra na política como militante activo do PS e em um par de anos está como Director da CGD, sem ter estudado nada para tal e como pagamento pela forma como teve que fugir do Governo do Sr. Guterres enquanto os antigos colegas da CGD continuam ao mesmo nível que antes. Assim, nós portugueses, em lugar de termos a gerir os nossos investimentos pessoas competentes e capazes, que fazem render os investimentos, temos pessoas sem qualquer capacidade e que buscam a satisfação dos seus próprios interesses e com isso somos sempre nós a pagar a factura dos jobs for the boys. Tal é a promiscuidade e subserviência da nossa sociedade face ao poder político que, até nas habilitações, o Sr. Vara primeiro tira uma pós graduação no ISTEC e só no ano seguinte conclui a licenciatura (na UNI em 2005). Para o comum cidadão, primeiro e no cumprimento legal, tem que ser licenciado e só depois pode ser pós-graduado, mas para os políticos as leis são outras. Por isso mesmo a questão de se existirá corrupção ou não só é necessita ser provado em tribunal no que concerne à rede do Sr. Godinho, porque a corrupção na nomeação dos cargos existiu e existe, já que são nomeados os amigos e os compadrios em lugar dos competentes. De essa corrupção o Sr. Sócrates é mais do que culpado.

Para a saúde exigimos médicos, para a justiça advogados e juízes, mas para cuidar do nosso dinheiro qualquer incompetente serve, já não são exigidos os profissionais como os gestores ou economistas e depois as pessoas espantam-se pelos prejuízos que os nossos investimentos apresentam ano após ano.

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