terça-feira, 5 de outubro de 2010

Centenário de uma República à portuguesa

Faz hoje dia 5 de Outubro de 2010, 100 anos que em Portugal foi declarada a República, conhecida por 1ª República. Como defensor acérrimo da democracia e dos estados democráticos, como disse Winston Churchill a 11 de Novembro de 1947 em Hansard “(…) democracy is the worst form of government except all those other forms that have been tried from time to time” (“democracia é a pior forma de governo excluindo todas as outras formas de governo que têm sido experimentadas de tempos a tempos”), não posso deixar de festejar a queda da monarquia, um regime baseado não na decisão dos cidadãos e sim na legitimidade hereditária por muito acéfalo que seja o sucessor, embora seja impossível de negar que algumas dos aspectos mais corrosivos da monarquia continuam a exercer a sua vigência no estado democrático português, bem como a persistência, na actual democracia portuguesa, da podridão que condenou a 1ª República. Penso que bastante representativo dessa podridão é a recente frase de Almeida Santos no dia 29 de Setembro “o povo tem que sofrer as crises como o governo as sofre”.

Uma pessoa que entre 1977 e 1985 exerceu várias pastas como ministro (ministro-adjunto do PM, ministro de estado e ministro dos assuntos parlamentares), depois exerce como deputado de 1985 a 1995 (só por isso já tem a reforma integral de deputado), entre 1995 e 2002 exerce como Presidente da Assembleia da República, estando em exercício como Presidente do PS desde 1995. Ora alguém com este CV de cargos e carguinhos podemos apenas supor o valor mensal de reformas que acumula, mas uma coisa é certa, menos de 3.500 euros/mês não é de certeza. Além de considerar que a sua descendência não deve estar mal amparada de “empregos”, pelo que se verifica com uma das suas filhas que a “amiga” da família, a Sr.ª Soares, enquanto primeira-dama fez o favor ao país de a colocar na Casa Civil da Presidência da República, ainda antes de esta ter concluído a licenciatura e sem qualquer procedimento concursal. Ser amiga com o dinheiro dos outros é fácil.

Com este quadro, penso que é desnecessária qualquer consideração sobre o que responder a esta pessoa.

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